Pontes Entre Saberes e Pessoas: Meu Olhar Sobre o Envelhecer

28 julho, 2025





Quando escrevi o capítulo 7 de O Tempo é um Corpo que Pensa, algo me atravessava: o quanto falar sobre envelhecimento exige que a gente una olhares. Nenhuma profissão dá conta sozinha. Psicologia, psicanálise, gerontologia, medicina, cuidados familiares — cada área traz uma peça desse quebra-cabeça que é a vida na maturidade. Minha formação vem da psicanálise e da gerontologia, e é desse lugar que escrevo e atuo. E tudo bem que seja assim: o que me move é a escuta, a vontade de compreender o que pulsa em cada pessoa que chega com sua história única.


A velhice não é um território que precisa de respostas prontas, mas de pontes. Pontes entre o que sentimos e o que conseguimos dizer; entre a ciência e a vida real; entre gerações que têm tanto a ensinar umas às outras.


Se esse tema ressoar em você, meu convite é que conheça o livro e continue esse diálogo comigo. Porque falar sobre envelhecimento é, no fundo, falar sobre todos nós.

 

📣 Saúde mental na terceira idade: uma conversa necessária! 💬🧠

8 julho, 2025

A longevidade é uma conquista, mas o bem-estar emocional dos idosos ainda é um tema cercado por silêncios e preconceitos. A terceira idade é marcada por transformações profundas — aposentadoria, perdas, alterações físicas e familiares — e tudo isso impacta diretamente a saúde mental.

🔹 Tristeza constante, isolamento e perda de interesse não são “coisas da idade”!

🔹 Precisamos falar sobre isso, ouvir com empatia e oferecer apoio psicológico.

✨ Envelhecer com dignidade também é ser cuidado por inteiro: corpo, mente e história.

📌 Leia o artigo completo na edição de julho da revista CityPenha

📍 Érica dos Santos de Lion – Psicanalista | Tecnóloga em Gerontologia



 

Auto Sabotagem: Quando Você Se Torna Seu Próprio Obstáculo

13 maio, 2025

Quantas vezes você já adiou um sonho, desistiu de uma meta ou se convenceu de que “não era o momento”?

Talvez nem tenha percebido, mas isso pode ter sido auto sabotagem.


Esse comportamento, silencioso e recorrente, costuma se disfarçar de prudência, perfeccionismo ou procrastinação. Mas, na verdade, é uma forma inconsciente de proteger-se do desconforto — o medo de falhar, de ser julgado, ou até mesmo de ter sucesso.


A auto sabotagem não é uma fraqueza. É uma defesa.

Uma forma que a mente encontra para evitar dores do passado que ainda não foram elaboradas.


Na clínica psicanalítica, ouvimos histórias de pessoas extremamente capazes, mas paralisadas por conflitos internos. E, quase sempre, o caminho passa pelo autoconhecimento: entender de onde vêm essas vozes que sabotam, e o que elas estão tentando proteger.


A cura não está em se forçar a ser “mais forte”, mas em escutar com profundidade o que a auto sabotagem está tentando dizer.


Se você se identifica com isso, saiba: você não está sozinho(a).

A psicanálise pode te ajudar a se libertar desses padrões e construir um novo olhar sobre si.



 

Psicanálise e Reiki: Cuidando da Mente e da Energia

10 abril, 2025


Vivemos em uma época em que cuidar da saúde mental se tornou essencial. A Psicanálise, com sua escuta profunda e cuidadosa, tem ajudado muitas pessoas a se reconectarem com sua história, emoções e desejos. Mas e se pudéssemos somar a isso uma prática que atua diretamente na energia vital do corpo?


É aí que entra o Reiki, uma técnica terapêutica que promove o equilíbrio energético, o relaxamento e o bem-estar. Quando unimos essas duas abordagens — Psicanálise e Reiki — criamos um caminho poderoso de transformação, que cuida do ser humano em sua totalidade: corpo, mente e alma.


Como a Psicanálise atua


A Psicanálise é um processo de autoconhecimento que permite acessar conteúdos inconscientes, entender repetições, angústias e sintomas que nos acompanham. Por meio da escuta e da fala, o sujeito se reconecta com sua própria história e passa a lidar de forma mais saudável com suas emoções.


O que é o Reiki


O Reiki é uma prática energética de origem japonesa, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que consiste na aplicação das mãos em pontos estratégicos do corpo para ativar o fluxo de energia vital. É uma técnica suave, não invasiva, que promove relaxamento profundo, alívio do estresse e equilíbrio emocional.


Quando Psicanálise e Reiki se encontram


A integração dessas práticas potencializa os resultados terapêuticos. Veja alguns dos principais benefícios:

Redução da ansiedade e do estresse: enquanto a Psicanálise ajuda a entender as causas emocionais, o Reiki atua diretamente no sistema nervoso, promovendo calma e relaxamento.

Melhora do sono e da disposição: o reequilíbrio energético favorece um sono mais profundo, e a análise libera conteúdos psíquicos que muitas vezes causam insônia ou cansaço constante.

Acesso mais profundo ao inconsciente: após uma sessão de Reiki, muitos pacientes relatam maior facilidade para falar sobre temas difíceis ou bloqueados em terapia.

Trabalho corporal complementar: o Reiki ajuda a liberar emoções somatizadas — dores físicas que têm origem emocional — contribuindo com o processo psicanalítico.

Cuidado integral do ser: juntas, essas práticas promovem um olhar mais amplo e respeitoso para o sujeito, considerando mente, corpo e espírito como partes indissociáveis.


Para quem é essa abordagem?


Essa integração é recomendada para pessoas que desejam um cuidado mais completo, especialmente em momentos de crise, luto, ansiedade intensa, bloqueios emocionais ou busca por autoconhecimento profundo.




 

Wicked segue a Psicanálise: Entre o Bem, o Mal e o Inconsciente

10 abril, 2025


No universo simbólico do musical Wicked, encontramos muito mais do que uma simples releitura do clássico O Mágico de Oz. A obra nos convida a revisitar, sob uma nova perspectiva, a dicotomia entre o bem e o mal — uma dualidade que, na clínica psicanalítica, é interpretada como expressão de conflitos internos não elaborados.


A persona e a sombra: o palco da psique


A personagem Elphaba, rotulada como “a bruxa má”, representa a projeção social da sombra — aquilo que o sujeito (ou a sociedade) rejeita, recalca e exclui. Por outro lado, Glinda, a “bruxa boa”, encarna o ideal do eu: o que é aceito, admirado e valorizado.


Na psicanálise, esse embate entre persona (máscara social) e sombra (conteúdos reprimidos) é parte fundamental do processo de autoconhecimento. Carl Gustav Jung já apontava que só nos tornamos íntegros quando somos capazes de integrar nossas sombras, acolhendo aquilo que negamos em nós.


Além dos rótulos: o sujeito do desejo


O que Wicked nos mostra, assim como a clínica nos ensina, é que por trás dos rótulos existe um sujeito singular, com sua história, suas feridas, desejos e defesas. A psicanálise não se interessa pela “bruxa má” ou “boa” em si, mas por aquilo que essas figuras representam no inconsciente de cada um.


Elphaba não é má. Ela é diferente. Incompreendida. E sua trajetória fala diretamente ao sujeito que sofreu exclusão, injustiça, abandono. No setting analítico, esse sujeito encontra, talvez pela primeira vez, um espaço onde não será rotulado — mas escutado.


A escuta psicanalítica como transformação


Assim como a narrativa de Wicked nos transforma ao mostrar o “outro lado da história”, a escuta analítica transforma o sujeito ao permitir que ele conte, talvez pela primeira vez, sua verdadeira história — aquela que ficou silenciada pelas expectativas, medos ou traumas.


É por isso que dizemos que Wicked segue a psicanálise. Porque ambos, em seus próprios palcos, apostam na potência de ressignificar. E nos lembram que toda dor, quando escutada, pode encontrar um novo sentido.


 

Entendendo o Transtorno Depressivo: Sinais, Sintomas e Como Buscar Ajuda

5 março, 2025

A depressão é um transtorno complexo, que vai além de uma tristeza temporária ou de um momento difícil. Ela afeta profundamente a vida emocional, física e até mesmo a funcionalidade do indivíduo. Do ponto de vista psicanalítico, a depressão muitas vezes é vista como o resultado de conflitos internos não resolvidos, dificuldades emocionais e uma percepção distorcida de si mesmo e do mundo. Por isso, é essencial estar atento aos sinais e sintomas, bem como entender as opções de tratamento disponíveis, principalmente a psicanálise, que visa explorar as raízes mais profundas desses sentimentos.


Sinais e Sintomas Comuns do Transtorno Depressivo


Os sintomas da depressão podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns sinais comuns incluem:

Tristeza profunda e constante: A sensação de estar sobrecarregado por uma tristeza sem fim é uma das características mais marcantes da depressão.

Falta de energia e cansaço extremo: O simples ato de realizar tarefas cotidianas pode se tornar uma tarefa extenuante. Isso pode ser resultado de um desgaste emocional e físico intenso.

Perda de interesse nas atividades diárias: Atividades que antes eram prazerosas podem se tornar sem graça ou desinteressantes, como interagir com amigos ou praticar hobbies.

Alterações no sono e apetite: A depressão pode causar insônia ou, ao contrário, fazer com que a pessoa durma demais. Também pode resultar em alterações significativas no apetite, como comer em excesso ou não sentir vontade de comer.

Dificuldade de concentração e tomada de decisões: A mente pode parecer nebulosa, com dificuldades para focar em tarefas ou tomar decisões simples.

Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva: Pensamentos autocríticos ou sobre a própria incapacidade de lidar com a vida são comuns. Muitas vezes, isso pode incluir sentimentos de culpa, mesmo por coisas que estão fora de controle.


A Visão Psicanalítica da Depressão


Frequentemente, a psicanálise vê a depressão como um reflexo de conflitos internos não resolvidos. Muitas vezes, esses conflitos estão ligados a experiências passadas, como traumas não elaborados ou relações familiares complicadas. Além disso, emoções como raiva ou tristeza podem ser reprimidas e não expressas, criando uma sensação de “afundamento” emocional.


A depressão pode ser um grito do inconsciente, pedindo para que a pessoa lide com questões não resolvidas. A psicanálise, por meio da fala e da escuta, permite que o indivíduo explore esses sentimentos e busque compreender a origem de sua dor emocional. Ao tomar consciência desses conflitos internos, é possível iniciar um processo de cura e reconstrução.


Como Buscar Ajuda?


Se você está experimentando sinais de depressão, é fundamental que busque ajuda profissional. A psicanálise, como uma das abordagens terapêuticas mais profundas, pode ser uma ferramenta poderosa para tratar a depressão. Por meio da terapia, o paciente pode entender melhor o que está acontecendo consigo e começar a trabalhar os aspectos emocionais que estão gerando sofrimento.


Dicas para buscar ajuda:

1. Procure um profissional qualificado: Um psicoterapeuta especializado em psicanálise pode ajudar a explorar a raiz emocional da depressão e trabalhar de forma construtiva para ressignificar os conflitos internos.

2. Não tenha vergonha de pedir ajuda: A depressão é uma condição de saúde, assim como qualquer outro problema físico. Buscar ajuda é um sinal de coragem e autocuidado.

3. Esteja aberto ao processo: A psicanálise pode ser um caminho longo, mas recompensador. É importante se permitir entrar em contato com o inconsciente e com as emoções mais profundas, que são chave para o processo terapêutico.

4. Pratique o autocuidado: Além da terapia, cuidar de si mesmo fisicamente e emocionalmente também é crucial. Alimentação balanceada, exercícios físicos e descanso adequado ajudam no tratamento.


Conclusão: Não Enfrente a Depressão Sozinho


A depressão pode ser um dos desafios mais difíceis de enfrentar, mas a boa notícia é que ela pode ser tratada. A busca por ajuda, a terapia psicanalítica e o autocuidado são ferramentas poderosas para que você possa superar este momento e retomar a leveza e a plenitude da vida. A psicanálise permite não apenas tratar os sintomas da depressão, mas também entender profundamente os processos internos que geram esse sofrimento.


Lembre-se, buscar ajuda é o primeiro passo para a cura

 

Gerontopsicanálise: A Importância da Psicanálise na Terceira Idade

13 fevereiro, 2025

À medida que as pessoas envelhecem, enfrentam desafios únicos que envolvem não apenas mudanças físicas, mas também psicológicas. A psicanálise, com sua abordagem profunda das questões emocionais, pode ser um recurso valioso para ajudar os idosos a lidar com o processo de envelhecimento. A Gerontopsicanálise surge como um campo de estudo e prática especializado em entender e tratar os aspectos psíquicos da velhice.


O que é a Gerontopsicanálise?


A Gerontopsicanálise é uma subárea da psicanálise que foca no atendimento terapêutico e na compreensão das questões emocionais e psicológicas que surgem no processo de envelhecimento. A partir do entendimento da psique, é possível promover uma melhor qualidade de vida para os idosos, ajudando-os a lidar com os desafios que surgem à medida que as fases da vida avançam.


Mudanças Psicológicas na Velhice


Com o envelhecimento, muitos idosos enfrentam questões como:

1. Perda de vínculos – A morte de amigos e familiares pode gerar sentimentos de solidão e tristeza, muitas vezes difíceis de expressar.

2. Revisão de vida – O processo de reflexão sobre o que foi vivido, com sentimentos de realização ou frustração.

3. Enfrentamento de doenças crônicas ou incapacitantes – O impacto psicológico de condições físicas que limitam a autonomia e a qualidade de vida.

4. Medos e ansiedades – O medo da morte, da perda da independência ou de se tornar dependente de outros.


A Intervenção Psicanalítica


A psicanálise aplicada ao envelhecimento oferece ao idoso um espaço para explorar suas emoções, lutos, medos e ansiedades. O analista se torna uma figura de apoio, auxiliando o paciente a entender seus próprios processos psíquicos e a ressignificar os conflitos internos que surgem com o avançar da idade.


Benefícios da Gerontopsicanálise

Melhora da saúde mental: Ao explorar e compreender as questões emocionais, o idoso pode encontrar formas mais saudáveis de lidar com os desafios da vida.

Promoção da aceitação: A psicanálise ajuda o idoso a aceitar a inevitabilidade de certas perdas e mudanças, desenvolvendo uma visão mais equilibrada da vida.

Fortalecimento emocional: Ao ter um espaço para expressar seus sentimentos, o idoso fortalece sua resiliência emocional.


Conclusão


A Gerontopsicanálise não se limita apenas a uma intervenção terapêutica, mas também à promoção do bem-estar mental, emocional e social dos idosos. Em um momento da vida onde o ser humano se depara com reflexões intensas sobre sua história, a psicanálise pode ser a chave para o entendimento e a superação de muitos obstáculos psicológicos. Ao compreender e tratar as complexidades do envelhecimento, a Gerontopsicanálise contribui para uma vivência mais saudável e significativa durante a terceira idade.


 

Ansiedade e Suas Comorbidades: Um Olhar Psicanalítico

6 fevereiro, 2025



A ansiedade é uma das queixas mais comuns na clínica psicanalítica e, muitas vezes, não se apresenta sozinha. Ela pode estar associada a diversas comorbidades, como depressão, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de personalidade borderline, entre outros. Mas por que essas associações são tão frequentes?

O Que a Psicanálise Nos Diz Sobre a Ansiedade?

Para a psicanálise, a ansiedade não é apenas um sintoma a ser eliminado, mas um sinal do inconsciente. Freud, em seus estudos, relacionava a ansiedade à repressão de desejos e conflitos internos não resolvidos. Ou seja, muitas vezes a ansiedade não é o problema central, mas sim a manifestação de algo mais profundo.

Quando não elaborada, essa angústia pode dar origem a outros quadros clínicos, tornando-se uma comorbidade.

Principais Comorbidades Associadas à Ansiedade

1. Ansiedade e Depressão: Duas Faces da Mesma Moeda?

A ansiedade e a depressão frequentemente caminham juntas. Enquanto a ansiedade é marcada por uma preocupação constante com o futuro, a depressão pode ser vista como um aprisionamento no passado. No entanto, ambas podem compartilhar um núcleo comum: o sentimento de impotência diante da vida.

2. Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): O Eterno Retorno do Reprimido

No TOC, a ansiedade se manifesta por meio de obsessões e compulsões, funcionando como uma tentativa do psiquismo de manter o controle sobre o que é percebido como ameaçador. A psicanálise entende esses rituais como formações do inconsciente que tentam lidar com angústias internas.

3. Transtorno de Personalidade Borderline: A Ansiedade Como Motor do Sofrimento

Indivíduos com transtorno borderline frequentemente vivenciam a ansiedade de forma intensa, acompanhada de explosões emocionais e medo do abandono. A psicanálise vê isso como resultado de experiências precoces de insegurança afetiva, onde a construção do "eu" foi fragilizada.

4. Síndrome do Pânico: Quando o Corpo Fala

As crises de pânico são manifestações extremas de ansiedade, onde o corpo se torna palco de um sofrimento psíquico intenso. Sintomas como taquicardia, sudorese e falta de ar surgem sem aviso, revelando um conflito interno reprimido.

A Importância do Tratamento Psicanalítico

A psicanálise oferece um espaço para que a pessoa possa elaborar suas angústias, compreender a origem da ansiedade e construir novos significados para sua história. Diferente de abordagens mais diretas, que focam apenas no controle dos sintomas, a psicanálise busca investigar as raízes da ansiedade e das comorbidades associadas.

O trabalho psicanalítico permite que o sujeito se aproprie de sua história e encontre novas formas de lidar com o sofrimento psíquico, promovendo mudanças profundas e duradouras.

Conclusão

Se a ansiedade aparece frequentemente associada a outras condições psíquicas, é porque ela nos fala de algo maior: uma dificuldade do sujeito em lidar com suas próprias questões internas. O olhar psicanalítico nos convida a ir além do sintoma e a escutar o que a ansiedade está tentando comunicar.

Caso você se identifique com esses sintomas, buscar ajuda profissional pode ser um caminho para compreender e ressignificar esses desafios.   

 

Janeiro Branco: Cuidar da Mente é Cuidar da Vida

22 janeiro, 2025


No primeiro mês do ano, surge uma oportunidade especial de refletir sobre a importância da saúde mental. O Janeiro Branco é uma campanha dedicada a promover o cuidado com a mente e incentivar as pessoas a buscarem mais equilíbrio emocional e psicológico. Mas você sabe por que esse tema é tão crucial?

O Significado do Janeiro Branco

O mês de janeiro marca o início de um novo ciclo, uma fase de resoluções e planejamentos. Nesse contexto, o Janeiro Branco surge como um convite para colocar a saúde mental no centro das nossas prioridades. Assim como cuidamos do corpo com exercícios e boa alimentação, precisamos também cuidar da nossa mente.

O branco, escolhido como símbolo da campanha, representa uma “folha em branco”, pronta para ser preenchida com novas escolhas, hábitos saudáveis e pensamentos positivos.

Por Que Cuidar da Saúde Mental?

A saúde mental não se resume apenas à ausência de doenças psicológicas; ela é o estado de bem-estar emocional, onde a pessoa consegue lidar com os desafios da vida, manter relacionamentos saudáveis e realizar suas atividades com satisfação.

Estresse, ansiedade e depressão são condições cada vez mais frequentes no mundo atual, e ignorá-las pode ter impactos devastadores em nossa qualidade de vida. Cuidar da mente é fundamental para garantir equilíbrio nas relações, no trabalho e nas nossas escolhas.

Dicas Práticas para Promover a Saúde Mental

1. Autoconhecimento: Entenda seus limites, seus sentimentos e aprenda a identificar sinais de sobrecarga.

2. Rotina Saudável: Alimente-se bem, pratique exercícios físicos e reserve momentos para descanso e lazer.

3. Conexões Sociais: Cultive relações saudáveis e compartilhe seus sentimentos com pessoas de confiança.

4. Ajuda Profissional: Não hesite em buscar apoio psicológico ou psicanalítico sempre que sentir necessidade.

O Papel da Psicanálise

A psicanálise é uma ferramenta poderosa para quem busca compreender a si mesmo e enfrentar questões emocionais. Ela nos ajuda a explorar o inconsciente e descobrir padrões que podem estar nos limitando. O processo é transformador e promove o autodesenvolvimento.

Conclusão

O Janeiro Branco nos lembra que é impossível cuidar da vida sem cuidar da mente. Aproveite o início do ano para reavaliar suas prioridades, colocar o bem-estar emocional em foco e buscar uma vida mais equilibrada.

Lembre-se: cuidar da mente é investir em você mesmo e nas suas relações. Se precisar de apoio, entre em contato comigo pelo Instagram @ericadelion_psicanalista ou @psicanalise_atitudepositiva. Juntos, podemos começar essa jornada em busca de mais saúde e felicidade.

 

Procrastinar: O Que Está Por Trás do Adiar Constante?

22 janeiro, 2025


A procrastinação é um comportamento universal: quem nunca adiou uma tarefa, mesmo sabendo de sua importância? No entanto, quando esse adiamento se torna um padrão, é hora de refletir sobre o que está sendo evitado. Do ponto de vista psicanalítico, a procrastinação vai além da simples “preguiça” e pode revelar conflitos internos que bloqueiam a ação.

O que é a procrastinação?

Procrastinar significa adiar ou postergar ações, mesmo quando há tempo e recursos disponíveis para realizá-las. Esse comportamento, aparentemente inofensivo, pode gerar um ciclo de culpa, estresse e frustração que compromete a produtividade e o bem-estar emocional.

O Olhar Psicanalítico sobre a Procrastinação

Na psicanálise, entende-se que cada comportamento tem um significado oculto, ligado ao inconsciente. Procrastinar, muitas vezes, é uma forma de evitar sentimentos ou situações que provocam ansiedade. Esse “atraso” pode estar relacionado a:

1. Medo do Fracasso

A procrastinação pode ser uma defesa inconsciente contra a possibilidade de falhar. Ao adiar, evita-se confrontar o temor de não estar à altura das expectativas, tanto externas quanto internas.

2. Medo do Sucesso

Surpreendentemente, o medo de alcançar um objetivo também pode ser paralisante. O sucesso pode trazer novas responsabilidades ou até mudar a forma como o indivíduo é percebido, o que gera insegurança.

3. Perfeccionismo

Para muitos, a procrastinação está ligada a um desejo inconsciente de perfeição. “Se não puder fazer perfeitamente, melhor nem começar” é um pensamento que frequentemente sabota ações simples.

4. Conflitos Internos

Quando uma tarefa representa algo que o indivíduo não deseja realmente realizar, o adiamento pode ser um sinal de resistência inconsciente. Isso pode ocorrer, por exemplo, com projetos que não estão alinhados aos valores ou desejos mais profundos.

5. Falta de Conexão Emocional com a Tarefa

Tarefas que não despertam interesse ou propósito podem ser deixadas de lado porque não conseguem estabelecer um vínculo emocional. O inconsciente age como um “freio”, impedindo o avanço em algo que não parece significativo.


O Ciclo da Procrastinação

A procrastinação é frequentemente alimentada por um ciclo emocional:

1. Tensão: Surge a necessidade de realizar algo importante.

2. Adiamento: O desconforto com a tarefa leva a adiá-la.

3. Culpa: O adiamento gera culpa e frustração, intensificando a sensação de incapacidade.

4. Pressão: A proximidade do prazo aumenta a ansiedade, o que pode levar à execução apressada ou a mais adiamentos.


Esse ciclo pode se repetir continuamente, minando a confiança em si mesmo e alimentando crenças limitantes sobre sua capacidade de realizar.

Como Romper com a Procrastinação?

Embora a psicanálise não tenha respostas prontas, ela pode ajudar a investigar os motivos mais profundos por trás desse comportamento. Algumas estratégias práticas também podem ser úteis:

1. Identifique a Emoção Oculta

Pergunte-se: “O que eu realmente sinto em relação a essa tarefa?” Reconhecer medos ou resistências pode ser o primeiro passo para superá-los.

2. Quebre a Tarefa em Passos Menores

Tarefas complexas podem ser desmotivadoras. Dividi-las em pequenas etapas torna o processo mais acessível e menos assustador.

3. Estabeleça Metas Realistas

Evite o perfeccionismo. Concentre-se no progresso, não na perfeição.

4. Compreenda seu Tempo Interno

Cada pessoa tem um ritmo. Ao invés de se forçar a seguir padrões externos, procure entender qual é o seu momento mais produtivo.

5. Psicoterapia

A terapia psicanalítica pode ajudar a identificar os padrões inconscientes que sustentam a procrastinação e a trabalhar as questões emocionais subjacentes.

Procrastinar é mais que um hábito

Na psicanálise, nenhum comportamento é visto como “acaso”. Procrastinar é uma mensagem do inconsciente que pede atenção e compreensão. Quando enfrentamos o que nos bloqueia, transformamos a procrastinação de inimiga em aliada, revelando as motivações ocultas por trás do adiamento.

O convite, portanto, é ir além da superfície e enxergar a procrastinação como uma oportunidade de autoconhecimento. Afinal, o que você está adiando pode ser uma pista importante sobre quem você é e o que realmente deseja.

 

Borderline: Você Sabe Identificar os Sintomas?

22 janeiro, 2025



O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma condição que, frequentemente, carrega estigmas e equívocos, dificultando sua identificação e tratamento adequado. De acordo com a psicanálise, compreender as nuances emocionais de quem vive com esse transtorno exige sensibilidade e empatia, além de um olhar atento às dinâmicas inconscientes que permeiam seus comportamentos.

O que é o Transtorno de Personalidade Borderline?

O TPB é caracterizado por um padrão persistente de instabilidade emocional, relacionamentos interpessoais tumultuados, autoimagem instável e comportamentos impulsivos. Muitas vezes, essas características levam ao sofrimento intenso, tanto para quem vive com o transtorno quanto para aqueles ao seu redor.

Na perspectiva psicanalítica, o borderline está relacionado a falhas no desenvolvimento emocional na primeira infância, especialmente em relação ao vínculo com os cuidadores. Essas experiências precoces impactam a capacidade de regular emoções e construir uma identidade coesa.

Principais Sintomas do TPB

1. Instabilidade Emocional

As pessoas com TPB enfrentam intensas mudanças de humor que podem ocorrer rapidamente. O que começa como alegria pode, em questão de horas, se transformar em tristeza profunda, raiva ou ansiedade.

2. Medo de Abandono

Um dos aspectos mais marcantes do transtorno é o medo excessivo de ser abandonado. Esse temor pode levar a comportamentos desesperados, como ligações constantes ou crises emocionais em situações onde se percebe, real ou imaginariamente, uma ameaça de separação.

3. Relacionamentos Instáveis e Intensos

Os vínculos afetivos frequentemente oscilam entre idealização e desvalorização. Um parceiro, por exemplo, pode ser visto como perfeito em um momento e, no instante seguinte, ser acusado de não se importar.

4. Autoimagem Fragilizada

A falta de uma identidade sólida é comum. A pessoa pode mudar radicalmente suas metas, valores ou até mesmo sua percepção de si mesma em pouco tempo.

5. Comportamentos Impulsivos

Gastos excessivos, abuso de substâncias, compulsão alimentar ou comportamentos sexuais de risco são exemplos de impulsividade frequentemente associados ao TPB.

6. Sensação de Vazio

Há uma constante sensação de vazio interno, como se nada pudesse preencher essa lacuna. Isso pode gerar comportamentos autodestrutivos como forma de lidar com a angústia.

7. Raiva Intensa e Inadequada

Explosões de raiva que parecem desproporcionais ao contexto são recorrentes. Essas reações podem ser seguidas de culpa ou vergonha.

8. Comportamentos Autolesivos ou Suicidas

Automutilação e ameaças de suicídio são frequentemente usadas como tentativa de aliviar o sofrimento emocional ou chamar atenção para suas dores, embora sejam sinais de um sofrimento psíquico profundo que precisa de ajuda urgente.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico de TPB é clínico e deve ser feito por um profissional qualificado, como um psicanalista, psicólogo ou psiquiatra. É importante descartar outras condições com sintomas semelhantes, como o transtorno bipolar ou depressão maior.

O tratamento geralmente envolve:

Psicoterapia: Abordagens como a Terapia Dialética Comportamental (DBT) ou a psicanálise são eficazes para ajudar a compreender as dinâmicas inconscientes e melhorar a regulação emocional.

Medicação: Embora não exista uma medicação específica para o TPB, antidepressivos, estabilizadores de humor ou antipsicóticos podem ser usados para tratar sintomas associados.

Rede de Apoio: Amigos e familiares desempenham um papel crucial. A educação sobre o transtorno pode ajudar a reduzir julgamentos e melhorar os relacionamentos.

O Olhar Psicanalítico sobre o Borderline

A psicanálise busca compreender o que está por trás dos sintomas. O TPB é visto como uma tentativa de lidar com angústias profundas e questões relacionadas ao medo de abandono e à dificuldade em lidar com a ambivalência emocional. O vínculo terapêutico, nesse caso, é essencial, pois pode servir como um modelo de relação estável, capaz de ajudar na construção de uma identidade mais integrada.

Quando Procurar Ajuda?

Se você ou alguém que você conhece apresenta sinais de TPB, é fundamental buscar ajuda especializada. O sofrimento pode ser amenizado com o tratamento adequado, e a jornada rumo à estabilidade emocional é possível, mesmo diante de desafios tão complexos.

A saúde mental merece atenção! Identificar os sintomas e buscar apoio é o primeiro passo para uma vida mais equilibrada e plena.